Preciso ir direto para o elétrico?
Depois do escândalo do dieselgate, as autoridades da União Europeia – com apoio de parte da sociedade – criaram restrições sérias para a utilização de combustíveis fósseis, a começar pelo diesel e, na sequência, a gasolina. A radicalização de posicionamento criou a crença que a única solução seria banir
de vez o motor a combustão e introduzir os veículos elétricos. Sem muitos estudos sobre as consequências de mudança tão radical.
Afinal, a destinação final das baterias ainda não está resolvida e não existem explicações convincentes de onde e como serão descartadas as milhões de unidades anuais. Da mesma maneira, não respondem com convicção qual a lógica de utilizar energia elétrica gerada por usinas movidas a combustíveis fósseis. É tirar poluição de um lado e gerar em outro.
Exatamente por isso, em uma jogada de marketing, parte dos produtores de veículos optaram por desconhecer o nome descarbonização e divulgam insistentemente a palavra eletrificação – em realidade, um dos vários caminhos da difícil tarefa de reduzir ao máximo as emissões dentro do
programa NET zero.
Aqui no Brasil, no entanto, parte importante dos mais reconhecidos especialistas em engenharia, inovação, motores e combustíveis fazem o trabalho de esclarecimento mostrando que o futuro é eclético e não elétrico. Sim, o elétrico estará lá no final. Antes, porém, teremos motores a combustão ainda mais eficientes e menos poluentes, os híbridos – boa parte deles passíveis de utilizarem o etanol como combustível – e só então chegaremos ao decantado e maravilhoso elétrico, já com a alternativa célula a combustível com todos os seus problemas solucionados.
Uma boa visão sobre os próximos passos do Brasil em sua busca pela descarbonização é a de João Irineu Medeiros, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis.
A OTM Editora realiza há alguns anos eventos em que reúne os melhores casos de sucesso na adoção das práticas ESG entre as empresas de
transportes. Com estas participações, foi criado um círculo virtuoso de ampliação do número de empresas envolvidas – exatamente pelos exemplos em busca de uma sociedade melhor, mais justa e com respeito ao meio ambiente.
Como coroamento de todo este trabalho, a OTM Editora promoverá no dia 29 de novembro, no Transamérica Expo, o Fórum de Transporte
Sustentável. Na preparação para este dia inteiro de apresentações, debates e informações transformadas em conhecimento, fizemos uma série de
entrevistas com os principais atores do setor sobre descarbonização.
A leitura dos diferentes posicionamentos, a exposição dos problemas e soluções serão um importante instrumento na adoção dos caminhos brasileiros na busca da descarbonização. O quarto entrevistado desta série é Joao Irineu Medeiros.
Confira a entrevista na íntergra: Os caminhos para a descarbonização